sábado, 26 de abril de 2014

E como vai o yoga?


Recentemente senti necessidade em voltar a praticar uma atividade física regular: tenho um problema de coluna relativamente acentuado e desde que tive as minhas filhas que as atividades que praticava ficaram para trás. Quem tem filho(a)s pequeno(a)s sabe o quão difícil é conciliar uma atividade física regular com todas as tarefas diárias. No entanto, ultimamente começava a ter sinais de que precisava de fazer alguma coisa a nível osteomuscular porque as dores estavam a aumentar, mais do que em mim já é habitual. Claro que toda a gente aconselha-me a natação e eu sei que de facto é o exercício físico por excelência para quem tem problemas de coluna. Mas e apesar de adorar nadar, detesto todo o ambiente de uma piscina artificial: o cheiro a cloro, o não podermos pôr o dedo mindinho fora do chinelo sob pena de apanharmos pé-de-atleta e convenhamos, mesmo com o recinto e a água aquecidos não é uma atividade agradável para se fazer no inverno. 
Há sensivelmente quatro meses atrás o meu marido, que também começa a sentir-se algo enferrujado, propôs-me tentarmos fazer yoga. Eu achei que era de aproveitar que a sugestão viesse dele, ainda que um puco incrédula se iríamos mantermo-nos motivados ao longo do tempo. O que e certo é que já lá vão quatro meses e continuamos a frequentar as aulas religiosamente (salvo seja!). Para além disso, eu sempre que posso pratico em casa (nesta parte ele já não alinha) e até tenho ensinado algumas posições mais fáceis às miúdas que acham piada quando me veem nas diferentes posições, ou a fazer mantra:


Quando acordo de madrugada e já não consigo voltar a dormir (algo frequente em mim), opto por praticar yoga: diminui-me o stress por não conseguir dormir e sinto-me melhor ao começar o dia desta forma. Claro que o ideal seria adquirir a rotina de acordar mais cedo para praticar yoga mas isso, estou muito longe de alcançar. No entanto, sempre que o tempo o permite, sinto-me muito bem em praticar yoga no jardim, apesar do piso não ser o melhor para algumas posições. Lá, o contacto com a natureza enquanto tento atingir equilíbrio físico e mental, para mim, faz todo o sentido. 
Apesar de ainda ser uma principiante e confundir-me com alguns pormenores das posturas (como qual é a perna e o braço que estica ou dobra, etc.), sinto que estou muito melhor a nível osteomuscular e as dores melhoraram imenso. Para além disso, voltei a ter mais elasticidade, algo que tinha perdido com o tempo: estávamos mesmo a ficar perros!
Mas fazer yoga não é apenas praticar posições, exige também algum estudo e conhecimento do que estamos a fazer. E neste campo somos mesmo novatos. Trata-se de algo muito complexo, com várias disciplinas técnicas: não vou falar aqui de todas (espero falar mais detalhadamente sobre cada uma delas à medida que for evoluindo na minha prática), mas um pouco sobre as que tenho praticado mais nas aulas e que, para já ,consigo perceber melhor:

Com o asana procuramos a estabilidade física e mental, através do domínio das diversas posições físicas firmes e confortáveis, envolvendo o físico, emocional e mental. Nestas posições envolvemos o sistema muscular e osteoarticular, glandular e abertura dos canais energéticos (nadies). Existem posições muito complexas que exigem elasticidade e concentração para as conseguir concretizar já muito avançadas. No entanto, o yoga não é só posições estranhas e complicadas. Mesmo as mais simples, que facilmente dominamos desde início, fazem toda a diferença a nível físico e até mental.

Com os diversos tipos de pranayamas pretende-se ganhar consciência da função respiratória, adquirindo assim mais energia, vitalidade e melhor distribuição dessa energia por todo o corpo. A respiração é essencial para a concentração e meditação, além de ser benéfica para a saúde e bem-estar geral. São vários os tipos de pranyama e que são praticados dependendo da fase de evolução do praticante (eu ainda estou na fase de adquirir consciência dos movimentos da respiração abdominal).

O mantra diz respeito à repetição de sílabas em sânscrito (uma das vinte e três línguas oficiais da índia, com uso litúrgico, hinduísmo, budismo e jainismo), com ou sem musicalidade, que vocalizadas corretamente despertam níveis superiores de consciência (técnica que eu estou longe de conseguir apesar de gostar de o fazer). Quando feito corretamente, origina uma frequência vibratória sonora que distribui a energia por todo o corpo, purificando os canais energéticos (nadies) e preparando a mente para a meditação. 

O processo de meditação é no fundo um conjunto de patamares, que se vão atingindo ao longo do nossa própria evolução da prática de yoga: Pratyhara (Interiorização),  Dharana (Concentração) e Dhyana (Meditação). Se a nível físico tenho sentido muita diferença desde que começamos a praticar, a nível mental e psicológico penso que a caminhada será bem mais longa. Tanto eu como o meu marido sentimos, ainda, muita dificuldade em nos concentrarmos no momento da meditação: não consigo mesmo abstrair-me do que se passou ao longo do dia ou do que tenho para fazer no dia seguinte. 

Como referi anteriormente, muito mais haveria para para dizer, nomeadamente sobre outras disciplinas técnicas que não falei porque ainda não tive oportunidade em praticá-las. Mas o que vos posso assegurar é que desde logo comecei a sentir diferença ao nível da elasticidade muscular e as dores diminuíram consideravelmente. Porque não experimentar?

6 comentários:

  1. Sei tão bem o que é ficar perro ... para quem andava pelo menos 1 hora por dia, fora as escadas que subia e descia no emprego, para agora o exercício que faço não passar das rotinas domésticas. Nunca pratiquei yoga, mas li alguma coisa sobre o assunto, já à alguns anos atrás. O facto de conciliar o exercício físico e o mental, acho optimo. Força, continuação. As fotos estão fantásticas. :)

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    1. Obrigada Lígia. Então porque não experimenta? Se tiver oportunidade para isso, força aí! É que o nosso corpo, por muitos defeitos que tenha (e eu falo da minha coluna) é o único que temos e temos de o preservar :)

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  2. Para mim, o único problema do yoga é que é extremamente viciante :)
    E realmente fazer ao ar livre é ainda melhor! :)
    Pratica algum estilo em específico?

    Abraço! ***rita

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    1. Olá Rita,
      Ainda sou uma iniciante mas onde pratico explicam que praticam todas as disciplinas técnicas do Yoga, incluindo as técnicas de Kriya Yoga, estas dadas apenas por Iniciação. Eu preciso de perder mais tempo para perceber os vários tipos de yoga que já percebi por alto serem diferentes. A Rita pratica algum estilo em específico?
      Beijinhos

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    2. Sim, eu também tenho encontrado tantos estilos e, para ser sincera, baralham-me muito! São estilos, são escolas, são métodos diferentes que uma pessoa perde-se!
      Mas acho que o importante mesmo é deixar os estilos de lado e fazer o que nos faça sentir melhor!
      Eu estou a frequentar o curso de professores de yoga, na associação portuguesa de yoga integral, e estou a adorar! Acho um estilo muito completo e adequado ao nosso estilo de vida ocidental.

      Comecei a fazer yoga há uns anos, mas tenho parado e recomeçado, mas ficou sempre o bichinho! Não experimentei muitos estilos: Samkhya, Hatha, Swasthya e Integral, e revi-me mais neste último. Estou completamente rendida, mas sinto que ainda tenho um longo caminho ;)

      **rita

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    3. Obrigada Rita pela tua partilha, espero conseguir dar continuidade ao yoga da mesma forma e encontrar aquilo que de facto me faça sentir melhor. De resto, para já, é uma pratica que me faz sentir bem, mais fisicamente que psicologicamente ;)

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