quarta-feira, 16 de abril de 2014

Salada primaveril


 Neste fim-de-semana de sol finalmente reuniram-se todas as condições para estrear as saladas. Desde há algum tempo que deixei de comer saladas no outono e inverno: quando comecei a comprar produtos de época e a frequentar os mercados, deixou de fazer qualquer sentido comprar alface, tomate e outros legumes fora do seu tempo normal. Aliás nunca fez sentido para mim comer este tipo de prato no tempo frio mas como toda a gente o fazia (ou pelo menos a grande maioria, nomeadamente nas escolas, cantinas, etc.) nunca me questionei porque é que simplesmente não me apetecia comer saladas fora da primavera e do verão. Achava simplesmente que se tratava de um capricho meu e muitas vezes o que acontecia era comprar os produtos e eles acabarem por se estragar no fundo do frigorifico, esquecidos, porque adiava a sua confeção. Quando comecei a pesquisar mais sobre alimentação saudável, a ter esse cuidado nas compras e a ficar mais atenta aos produtos de cada época percebi que não era capricho nenhum mas sim a reação normal à ideia de comer um produto (muitas vezes de má qualidade) que não deveria ser consumido nessa altura (eu sei, pode parecer estranho mas nós tendemos a ignorar sinais do nosso corpo, simplesmente porque o convencional é fazer de outra forma).
Neste sentido nas estações frias privilegio os legumes cozidos, assados ou até grelhados para acompanhar as nossas refeições, nas estações mais quentes as saladas frescas. Esta mudança trouxe-me a expetativa pela chegada de determinado produto e a satisfação de saber que uma nova época está a chegar: é o quebrar da rotina culinária e alimentar que se instalou nos meses anteriores e o começo de um novo ciclo.
Nesta altura o mercado começa a ficar cheio de diversos tipos de alface, rúcula, raízes e embora os tomates e os pepinos ainda não tenham chegado, achei por bem começar a comer saladas. Com o calor deste fim-de-semana apeteceu mesmo! Cheguei do mercado com o saco cheio e por isso nesta minha primeira salada do ano incluí:
Cenouras baby e um pouco da própria rama (muito saudável mas com um sabor intenso e por isso tem de ser usada com cautela)
 

Beterraba, que estava linda, fresca e tenra...



Vários tipos de alface: roxa, rúcula e um outro tipo que não vos sei identificar; aliás, a própria vendedora também não me soube dizer o nome (se alguém souber diga-me por favor, parece-me um género de chicória mas não tenho a certeza). Tem um travo picante muito agradável e interessante, para além de ser muito bonita:




A couve pak choy também fez parte desta salada primaveril. Foi uma descoberta recente que fiz no mercado biológico e confesso que a trouxe um pouco a medo: a vendedora dissera-me que era ótima crua porque para além de ser um tipo de couve muito tenra, possui um sabor muito suave (um pouco entre alface e a couve). Tinha toda a razão: já a tinha experimentado crua como acompanhamento e percebi que ficaria muito bem numa salada. É, de facto, muito tenra, suculenta e muito agradável ao paladar. A partir de então tenho trazido sempre:



Deitei ainda pastinaca e espargos assados previamente e que fizeram toda a diferença na salada (descobri que afinal gosto de espargos, mas isso dará um outro post que este já vai longo). E o resultado final da salada foi este:

Acompanhou muito bem uns bifes Barrosã que o meu marido grelhou na brasa, temperados apenas com umas pedras de sal (porque carne de qualidade não precisa de grandes temperos). Quando chegou à mesa e viu a taça com a salada disse: "Acho que fizeste muita salada", mas no final, foi isto que restou...





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