Neste fim-de-semana de sol finalmente reuniram-se
todas as condições para estrear as saladas. Desde há algum tempo que deixei de
comer saladas no outono e inverno: quando comecei a comprar produtos de época e
a frequentar os mercados, deixou de fazer qualquer sentido comprar alface,
tomate e outros legumes fora do seu tempo normal. Aliás nunca fez sentido para
mim comer este tipo de prato no tempo frio mas como toda a gente o fazia (ou
pelo menos a grande maioria, nomeadamente nas escolas, cantinas, etc.) nunca me
questionei porque é que simplesmente não me apetecia comer saladas fora da
primavera e do verão. Achava simplesmente que se tratava de um capricho meu e
muitas vezes o que acontecia era comprar os produtos e eles acabarem por se
estragar no fundo do frigorifico, esquecidos, porque adiava a sua confeção. Quando comecei a pesquisar mais sobre alimentação saudável, a ter
esse cuidado nas compras e a ficar mais atenta aos produtos de cada época
percebi que não era capricho nenhum mas sim a reação normal à ideia de comer um
produto (muitas vezes de má qualidade) que não deveria ser consumido nessa
altura (eu sei, pode parecer estranho mas nós tendemos a ignorar sinais
do nosso corpo, simplesmente porque o convencional é fazer de outra forma).
Neste sentido nas estações frias privilegio os
legumes cozidos, assados ou até grelhados para acompanhar as nossas refeições,
nas estações mais quentes as saladas frescas. Esta mudança trouxe-me a expetativa
pela chegada de determinado produto e a satisfação de saber que uma nova época
está a chegar: é o quebrar da rotina culinária e alimentar que se instalou nos
meses anteriores e o começo de um novo ciclo.
Nesta altura o mercado começa a ficar cheio de diversos tipos de alface, rúcula, raízes e embora os tomates e os pepinos ainda
não tenham chegado, achei por bem começar a comer saladas. Com o calor deste
fim-de-semana apeteceu mesmo! Cheguei do mercado com o saco cheio e por isso
nesta minha primeira salada do ano incluí:
Cenouras baby e um pouco da própria rama (muito saudável mas com um sabor intenso e por isso tem de ser usada com
cautela)
Beterraba, que estava linda, fresca e tenra...
Vários tipos de alface: roxa, rúcula e um outro tipo que não
vos sei identificar; aliás, a própria vendedora também não me soube dizer o nome
(se alguém souber diga-me por favor, parece-me um género de chicória mas não
tenho a certeza). Tem um travo picante muito agradável e interessante, para
além de ser muito bonita:
A couve pak choy também fez parte desta salada primaveril. Foi
uma descoberta recente que fiz no mercado biológico e confesso que a trouxe um
pouco a medo: a vendedora dissera-me que era ótima crua porque para além de ser um
tipo de couve muito tenra, possui um sabor muito suave (um pouco entre alface e a couve). Tinha toda a razão: já a tinha experimentado crua como
acompanhamento e percebi que ficaria muito bem numa salada. É, de facto, muito tenra,
suculenta e muito agradável ao paladar. A partir de então tenho trazido sempre:
Deitei ainda pastinaca e espargos assados previamente e que fizeram toda a diferença na salada (descobri que afinal gosto de espargos, mas isso dará um outro post que este já vai longo). E o resultado final da salada foi este:
Acompanhou muito bem uns bifes Barrosã que o meu marido grelhou na brasa, temperados apenas com umas pedras de sal (porque carne de qualidade não
precisa de grandes temperos). Quando chegou à mesa e viu a taça com a
salada disse: "Acho que fizeste muita salada", mas no final, foi isto que restou...
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