sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Finalmente o bolo do caco


O Filipe do Chili com todos (um blog que eu sigo e gosto muito), numa resposta a um meu comentário no seu blog propôs-me, já há algum tempo, partilhar a receita do bolo do caco madeirense. Para quem não sabe é um tipo de pão achatado muito típico do arquipélago da Madeira que é cozido em chapa quente. Não há arraial popular que não venda bolo do caco, muitas vezes mal cozido que teima em colar-se ao céu da boca ou restaurante de espetada madeirense que não tenha bolo do caco com manteiga d'alho e milhofrito... A minha sandes preferida até hoje é mesmo o prego no bolo do caco.
Como qualquer madeirense a viver no continente, estes são sabores e aromas que deixam muitas saudades. Talvez por isso quando vi a receita no livro das receitas nacionais da bimby fiquei um pouco descrente se seria de facto a mesma coisa (ou pelo menos próximo). Desde que experimentei fiquei radiante com o resultado obtido porque de facto o resultado é igual ao bom bolo do caco que eu tão bem conheço. Só não faço mais vezes por ser um alimento com glúten e portanto proibido para a minha filha mais velha.
Hoje como foi um dia em que ela não almoçava em casa e tive a sorte de encontrar batata-doce biológica, decidi então aproveitar para responder ao desafio que me foi colocado. 
Como utilizo a bimby para fazer muitas das receitas sem glúten, preferi fazer o bolo do caco, pela primeira vez, à mão (até porque já tinha saudades de amassar farinha de trigo). Aqui vai a receita e a reportagem fotográfica:

Ingredientes:
250g de farinha de trigo biológica
300ml de água
70g de batata-doce biológica
1 colher de café de sal marinho + sal q.b para a massa
1 dente de alho biológico
1 saqueta de fermento de padeiro

Como fiz:
Primeiro cozi a batata-doce (descascada) em 200ml de água e 1 colher de café de sal, por 20 minutos. Depois escorri a água, reduzi a batata a puré (com um garfo) e acrescentei o alho ralado num ralador para ficar bem desfeito. Acrescentei 100ml de água fria ou morna (para ficar com a temperatura ideal), retifiquei de sal (1 pitada) e deitei o fermento desfazendo-o bem.
Depois coloquei esta mistura num alguidar adequado para amassar pão e acrescentei a farinha aos poucos enquanto mexia com a outra mão.


A massa deve ser amassada até ficar elástica e suave (não é preciso muito tempo, é uma massa muito simples e fácil de trabalhar). Faz-se depois uma bola que se divide em duas e deixa-se repousar em local aquecido para levedar (eu coloquei no forno a 30º). Tapei com um pano para a massa não secar demasiado.

 Quando as bolas de massa cresceram para o dobro achatei-as em dois discos e cozi-os numa frigideira anti-aderente, aproximadamente por 8 minutos em cada lado (eu fiz no meu grelhador, na parte lisa em que faço as panquecas, mas também já fiz na frigideira). Não deve estar muito quente para não queimar por fora e ficar cru por dentro.





A manteiga aromatizada com salsa fresca e alho é obrigatória que...
... com o pão aberto e ainda a fumegar...

... é barrada generosamente!


Desta vez optei por um bife Barrosã no bolo do caco. 

Como já cheira a primavera não resistimos a saborear este belo prego no bolo do caco no jardim. E apesar da paisagem serrana (também deliciosa!) sonhámos com a próxima vez em que sentiremos o sol quente da Madeira a bater na cara, com o sal a repuxar a pele, enquanto ouvimos as ondas do mar a reclamar as pedras da praia.





quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

1 galinha biológica = x refeições


Antes de mais gostaria de vos pedir desculpa por já há algum tempo não escrever nenhum post mas ando com um novo projeto em mãos e tem sido difícil conciliar com o blog.
No seguimento do que escrevi aqui e aqui, gostaria de vos mostrar como faço os meus caldos. Este é proveniente de uma galinha biológica que comprei mas faço também de peixe, carne vermelha, etc. Como a galinha era já velha teve de ser bem cozinhada. Decidi, então, fazer primeiro uma canja com a mesma (com legumes, aromatizada com um pau de canela e gengibre) e antes de adicionar a massa (sem glúten), retirei algum caldo resultante para pequenos recipientes. Após o arrefecimento coloquei-os no congelador e fiquei com caldos de galinha caseiros, prontos a serem usados noutros cozinhados.
Utilizo estes caldos em vários pratos como risottos, sopas (embora raramente acrescente uma fonte de proteína animal na sopa), molhos para massa, etc.



Escusado será dizer que esta galinha estava cheia de sabor: não precisei de adicionar qualquer fonte de gordura adicional na canja ou mesmo depois no assado de galinha que fiz após a cozedura da mesma na canja. Depois com os restos do assado fiz um arroz de galinha com a carne que ainda restou.
Com uma galinha de qualidade faço várias refeições: naquelas em que utilizo simplesmente o caldo (nem os descongelo, deito apenas o caldo congelado na panela), não acrescento outra fonte de origem animal. Esta é uma estratégia que recorro para diminuir a compra de carne ao longo do mês. Assim, quando compro, compro de qualidade.