Desta vez venho aqui mostrar-vos um processo de
fermentação caseira que experimentei pela primeira vez e funcionou muito bem. O
único fermento biológico sem glúten que eu encontro no mercado é muito caro e
já andava a magicar uma solução para conseguir fazer o pão totalmente
biológico, ultrapassando esta questão. No mercado biológico falei com uma
vendedora que vende um pão muito bom (falei nele aqui) confecionado com o seu próprio
fermento e que me deu as instruções que eu precisava.
Este fim-de-semana decidi experimentar e embora
ainda tenha feito com o fermento que utilizo habitualmente (tenho dois pacotes
para gastar) da próxima vez pretendo experimentar com o fermento biológico sem
glúten a ver se obtenho os mesmos resultados (depois conto-vos como
correu). Então fiz assim:
Após ter feito a massa do pão como habitualmente (podem
fazer com qualquer receita de pão que queiram ou que costumem fazer, eu fiz um
pão com farinha de arroz integral e farinha de quinoa - as fotos estão mais abaixo) e depois de esta ter levedado retirei uma porção para um frasco
de vidro com tampa. Utilizei um frasco de mel vazio de 1 litro, devo ter
preenchido aproximadamente 1/5 com a massa levedada. Umas duas horas depois
acrescentei 50g de farinha de arroz integral e mexi, para voltar à
consistência inicial da massa deitei água tépida e voltei a envolver tudo muito
bem. Fechei o frasco e deixei à temperatura ambiente, num local abrigado da luz
direta. No dia seguinte o aspeto já era como está nas fotos. No final do dia
voltei a repetir o procedimento anterior, mas fiz com a farinha de quinoa que
entretanto comprara e que andava desejosa por experimentar. É importante ao
longo dos dias que observem a massa, no fundo o que estamos a fazer de cada vez
que deitamos mais farinha é alimentar um organismo vivo, se o deixarmos de o
fazer ele acabará por morrer: se tudo correr bem ela deverá formar
bolhas e crescer. Se não, é sinal que não está a resultar...
O pão resultou muito bem e de facto excedeu as
minhas expetativas: ficou alto, bem arejado e encorpado. A côdea ficou bem
estaladiça e para minha surpresa no dia seguinte ainda fez o som da côdea a
estalar quando o partimos (um truque que eu uso na cozedura do pão é colocar um
tabuleiro com água no fundo para criar humidade e tornar a côdea mais
estaladiça)... Aqui ficam as fotos:
O sol da manhã no meu pão...
Como referi no início do post utilizei pela
primeira vez a farinha de quinoa na confeção do pão. O blog também tem
provocado em mim a vontade de ir mais longe nos meus cozinhados e
experimentação de novos produtos. E se forem produtos sem glúten melhor ainda,
porque, como sabem, a minha cozinha está condicionada a essa questão. E
posso dizer que fiquei muito satisfeita com o resultado. O sabor é ótimo
e toda a família ficou rendida: o pão de trigo ficou esquecido num canto...
Quanto à quinoa, a pesquisa que fiz foi ao
encontro do que já me tinha sido explicado na mercearia biológica onde comprei
a farinha. Disseram-me inclusivamente que a quinoa é considerada o alimento
mais próximo, em termos nutricionais, do leite materno. Será verdade? Na minha
pesquisa descobri que é uma planta nativa da Bolívia, Colômbia, Peru e Chile
com grande valor nutricional. Produz um grão considerado muito importante na
alimentação da população andina, população esta com práticas ancestrais no que
diz respeito ao seu consumo. É considerada um pseudocereal porque possui os
mesmos nutrientes que os cereais propriamente ditos mas as suas características
de cultivo e crescimento são diferentes. Possui todos os aminoácidos essenciais
importantes para o nosso corpo e é rica em cálcio, ferro, ácidos gordos ômega 3
e 6, fibra e hidratos de carbono. E claro, não contém glúten!
Parece-me que são só vantagens... nós ficámos adeptos!
lindos os pães, mas achei difícil o método de fermentaçao :-/
ResponderEliminarlindos os pães, mas achei difícil o método de fermentaçao :-/
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ResponderEliminarestou querendo fazer as panquecas malaia de farinha de arroz so que tenho que fermentar o farinha de arroz noite antes.Seria o mesmo processo? obrigada.
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