"A saúde é subversiva porque não dá lucro a
ninguém." A frase não é minha (mas poderia ser), trata-se do slogan do
blog Deixa Sair da jornalista brasileira Sónia Hirsch que se tem dedicado à
promoção e educação para a saúde da população em geral. O tom provocatório do
título e slogan não é por acaso: no seu blog, Sónia procura
partilhar informação fruto das suas próprias pesquisas e experiência pessoal do
que poderão ser hábitos de alimentação saudáveis, denunciar situações que só
trazem prejuízo à saúde pública, ainda que disseminadas enquanto
saudáveis pela indústria alimentar, criticar políticas que só existem para
defender os interesses dos grandes, em detrimento da saúde dos pequenos. Quando descobri o seu blog
devorei-o com prazer e com vontade de aprender, porque está construído com uma
forte componente educativa: a autora faz sempre questão de responder aos
comentários dos seus leitores (que não são poucos), numa perspetiva de
partilha, orientação e de comunidade (infelizmente, algo raro no mundo da
blogosfera).
Vale a pena ler, explorar e pensar porque é esse,
e atrevo-me a concluir sem nunca ter privado com a autora, o principal
objetivo do seu blog: fazer pensar, fazer-nos questionar o que julgamos
inquestionável...
Deixo-vos aqui uma entrevista que Sónia deu
recentemente e que mostra a sua postura face ao mundo, à alimentação e à saúde:
fala sobre a importância de estarmos atentos às leis da natureza e aos seus
ciclos, da escolha dos produtos alimentares em mercados (se possível
biológicos), enfim, de estarmos atentos e fazermos parte integrante e
responsável ao que nos rodeia e não deixar que sejam outros a escolher
por nós.
O meu desafio de hoje é: coloquem de lado o
preconceito com o sotaque brasileiro (caso exista), coloquem de lado as
reservas com o(a)s autodidatas no que diz respeito à alimentação e saúde. Estou convencida de que o
conhecimento sobre a alimentação não pode ser exclusivo dos especialistas,
fechado, guardado, manipulado e só partilhado quando as pessoas já têm os
problemas, muito pelo contrário, todos deveriam procurar aprender, aprofundar e
descobrir o que é que lhes faz bem ou mal e consequentemente ganhar algum
controlo sobre a sua saúde. Ouçam com atenção as suas explicações tão claras,
sinceras e acessíveis a todos, como só o(a)s brasileiro(a)s conseguem fazer:
Obrigada, Gea, por suas boas palavras sobre o meu trabalho. E achei muito oportuno você sugerir que se coloquem de lado as reservas com autodidatas no que diz respeito a alimentação e saúde, porque a própria Organização Mundial de Saúde, quando define o que são "cuidados básicos", coloca em primeiro lugar a promoção da saúde, a cargo de indivíduos e coletividades. É o que fazemos, você e eu. Em segundo lugar vem a prevenção das doenças, a cargo especialmente dos sanitaristas, e somente em terceiro e quarto lugares a cura e a reabilitação, onde entram a medicina e outras especialidades. Que possamos ser felizes na nossa simples função humana de manter o que nasce conosco: a saúde. Um abraço!
ResponderEliminarObrigada Sónia por mais esta informação sempre oportuna e interessante. E ainda bem que gostou do meu post, o mérito continua a ser seu. Obrigada
EliminarMaria João Seixas