terça-feira, 17 de junho de 2014

O vento no Salgueiro


Este domingo foi programado para o jardim e para a horta. O domingo todo não, que o sol não perdoa e a partir das 11 horas é impossível estar lá fora com o calor que tem feito por estes dias. Mas parte da manhã foi dedicada ao jardim. Já andava a adiar há alguns dias esta tarefa, porque a enxada é pesada e as costas curvas doem. Mas se no inverno deixamos o jardim e a horta em autogestão e a coisa até lá vai, na primavera e no verão já não é nada assim: as infestantes teimam em invadir a terra (uma batalha inglória), as plantas imploram por água e as moléstias têm de ser vigiadas e controladas: cá em casa os problemas de pele são uma constante...até nas plantas!


E se até é relativamente fácil tirar fotografias agradáveis ao olho da comida que por aqui se faz, no que diz respeito às flores já não é bem assim. Poder-se-ia pensar que tratando-se de flores a beleza original seria suficiente para fazer-nos soltar um "Uau!" quando olhamos para as fotos, mas tal não acontece: talvez a fotografia não consiga fazer jus à beleza natural das plantas, ou o equipamento usado não é o mais adequado, ou a fotógrafa de serviço, eu, não percebe muito da coisa (eu aponto mais para as duas últimas hipóteses). De qualquer forma gosto de andar por entre o meu pequeno bosque a fazer experiências com o iphone e encontrar pormenores interessantes:


Chamo o meu jardim de bosque porque quando pedi a um jardineiro para o criar disse-lhe que não queria um jardim arrumado, em que cada planta está no seu próprio lugar sem se cruzarem. Pretendia o oposto, um jardim desorganizado, em que as plantas têm de conquistar o seu espaço umas às outras. Um lugar onde se misturam as cores, formas e cheiros.
Um jardim para as crianças brincarem às escondidas, ou imaginarem que por debaixo das pedras ou por trás da artemísia escondem-se fadas, duendes e animais falantes. As minhas filhas estão convencidas que os pirilampos, que aparecem por esta altura do ano no crepúsculo, são fadas que nos visitam. O Sr. Caracol, por sua vez, gosta de fazer tropelias na horta da mamã. Eu própria gosto de viver estas fantasias com elas, porque ser adulta o tempo todo cansa e não tem graça nenhuma. O mundo dos adultos é, no fim de contas, bem mais enfadonho. Por outro lado, no mundo das crianças tudo é possível num jardim no meio do campo, lembram-se?


As alfazemas, obrigatórias no meu jardim, são particularmente difíceis de fotografar porque andam de mão dada com a brisa, por mais leve que esta seja. Contudo é nesta dança que está o seu encanto, bem como no seu lilás vivo, quando as suas flores minúsculas estão completamente abertas. 

E no final, uma boa leitura na sombra fresca do Salgueiro, saboreando cerejas e ameixas frescas da época... Dolce far niente!






6 comentários:

  1. Que belo jardim! O contacto com a Natureza é fundamental para aprendermos a respeitá-la. Concordo em começarmos essa aprendizagem em criança. E nunca deixarmos de ter uma criança dentro de nós, ajuda muito.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigada Lígia. É verdade e ter filhos pequenos ajuda a trazê-la mais à tona ;)

      Eliminar
  2. Respostas
    1. Bem-vinda ao meu caldeirão Liliana. Ainda bem que gostou e obrigada pelo seu comentário ;)

      Eliminar
  3. Isso é que foi uma reportagem fotográfica!
    Goitei!

    ResponderEliminar